quarta-feira, janeiro 31, 2018

Post para quem sabe quem

Não sei quando é que as coisas se tornaram assim.
Calculo que um dia saímos dos pais e fomos brincar às casinhas. E arranjámos companhia e depois mais companhia. Brincámos muito. À organização de jantares de família, de festas de aniversário... Natais...! 
Fomos brincando às casinhas e às famílias, de tal forma bem, que nem nos apercebemos. Éramos as mesmas de sempre, mas um dia, sem aviso, passámos a ser quem controla medicações, quem acompanha consultas, quem leva à casa-de-banho. Somos só umas miúdas e deixámos de ser cuidadas para ser cuidadoras e dali para sermos cuidadores de quem cuidava.
Caramba, que nos andam a tirar o chão... Pode ser um tirar devagarinho, de tal forma que quando dermos por nós já só vamos andar no arame. Pode ser uma substituição do chão por rede, de tal forma que a cada passo parece que perdemos uma parte de nós mesmas. E pode ser um tirar de repente, sem aviso. 
Porcaria para isto, que ninguém avisa que pode ser assim tão rápido.
Rita

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