quinta-feira, outubro 26, 2017

O(s) diário(s) de Anne



Hoje, que tenho finalmente o meu computador novo (yupiiiiiii!!!!), posso falar nesta magnífica ideia de alguém: fazer, d'"O Diário de Anne Frank", um diário gráfico... ou, porque não dizê-lo, uma versão em banda desenhada.
Qui-lo assim que o vi, logo no início do mês, e só acabei de o ler hoje porque foi obviamente partilhado com a Alice e com outra minha leitura comprada a seguir...

Para quem não leu "O Diário de Anne Frank", aconselho. Não é feito do drama da II Grande Guerra, é sim feito da expressão do magnífico desenvolvimento interior de uma adolescente colocada em circunstâncias anormais e enquanto o mundo à sua volta enlouquecia. A adolescente por si só talvez não fosse totalmente comum, mas, mesmo quando enfiada entre as poucas paredes da sua reclusão de dois anos, os seus problemas giram em torno do que faz parte na adolescência: a comparação com a irmã, os conflitos com os pais, as exigências de terceiros em relação às suas posturas e comportamento, o amor, o sexo, o papel da mulher, a sociedade, as transformações interiores, as expectativas futuras. Ler a Anne é, no fundo, um pouco o mesmo que ler as nossas recordações de adolescente ou as mentes de todos os adolescentes que nos rodeiam... para além disso, é ler o que os nós adolescentes poderíamos ter sido se uma perseguição atroz a nível global nos obrigasse à fuga e ao refúgio...

No entanto, tanto para quem leu como para quem não leu, aconselho igualmente a versão em diário gráfico. O carinho com que o trabalho foi levado a cabo está patente nos mais pequenos pormenores, incluindo o que calculo terem sido os estudos acerca da fisionomia das pessoas em causa, da moda da época, do local da ação... O diário gráfico coloca-nos perante as personagens, como num filme, e transporta-nos, na fantasia mas também no que acreditamos poder ter sido real, à mente de Anne.

Para aqueles que não têm qualquer pretensão em vir a dedicar-se às 442 páginas de um diário que uma jovem invulgarmente conhecedora de si mesma e possuidora de grandes dotes de escrita fez entre os seus 13 e 15 anos de idade, não falhe esta versão de um grande livro... Um maravilhoso trabalho da Fundação Anne Frank e de Ari Folman e David Polonski. 
Rita

Sem comentários: