quarta-feira, março 29, 2017

Na Estefânia

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Ontem estive na Estefânia. Hospital, entenda-se. Uma suspeita que a Joana pudesse ter uma infeção urinária. Ia muitas vezes à casa-de-banho e contorcia-se de dores. 
As urgências da Estefânia estão em obras, há uns mesitos. Na parede de uma das salas, um écran novo apresentava várias categorias: muito urgentes, urgentes, pouco urgentes e outras duas (na condição de renegadas para quem se encontra com um problema súbito de saúde e deseja ansiosamente não ser algo muito mau mas que se mantenha num nível de urgência que permita ser atendido rapidamente). À Joana foi dada pulseira verde. O écran atribuía à sua categoria a misteriosa numeração "4:43", que desejei ardentemente não ser respeitante a horas e minutos.
Entre triagem, observação médica, colheita de urina, análise à urina, conclusão médica, estivemos por lá duas horas certas. Nas várias salas para onde fui encaminhada, com a Miss Goffre, várias crianças com mais do que um acompanhante - a fazer-me lembrar a reclamação de uns amigos acerca de só poder estar um deles com o filho no Hospital de Cascais (independentemente de carrinho, casacos, sacos, etc). 
Reparei também, como reparo sempre, nos pais e filhos à minha volta. Uma mãe chinesa, com filha adolescente (e tradutora) e com filha pequenita. Casal paquistanês com bebé. Línguas diferentes, de quem deve ficar ansioso por ter de explicar o estado de saúde do seu filho e tem de o fazer numa forma diferente da que lhe seria natural. E, do lado de lá, profissionais que nos recebem a sorrir, se metem com os miúdos e têm que lidar com uma amálgama cultural, perceber o que se passa, diagnosticar, encaminhar, tratar.
As minhas palmas hoje vão para o Hospital da Estefânia. Público. Antigo, a funcionar desde 1877. Com jardim cá fora. Com urgências em obras. Por vezes a abarrotar, outras nem tanto. Com famílias de todos os tipos. Com brinquedos velhos e muito usados. Com salas em que dois progenitores podem acompanhar o seu filho, ou progenitores e irmãos, ou progenitores e avós, ou um progenitor e dois avós, ou um bairro inteiro. Onde todos são atendidos. E bem. Por vezes, em duas horas (outras vezes mais, outras vezes bem menos, como no sábado passado de manhã, em que tivemos de levar a Alice, por suspeita de fratura numa mão, que afinal se revelou um quisto sinovial). 
Bravo. 
Rita

Nota: só para que não se preocupem, a mocinha entrou com possibilidade de infeção urinária mas saiu de lá com cólicas. 

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