domingo, setembro 29, 2013

"Zarafa"


Hoje, a aproveitar uma extraordinária iniciativa do Dolce Vita Monumental, que pelos vistos andou a dinamizar umas sessões de cinema familiares gratuitas - da qual eu só soube desta última - eu e a Alice fomos ver "Zarafa".
O objectivo deste post é aconselhar veementemente este filme. Porque é absolutamente maravilhoso... desde a animação até à história, "Zarafa" é de facto uma aventura extraordinária vivida por um conjunto de personagens multiculturais: dois meninos africanos, um beduíno solitário, um inventor francês, duas vacas sagradas do Tibete, uma pirata grega e a primeira girafa chegada a França, oferecida pelo Paxá do Egipto para tentar influenciar o Rei desse país a auxiliar numa guerra contra os turcos. Uma história linda sobre a importância dos compromissos e a amizade.
Fica a ideia.
Rita

terça-feira, setembro 24, 2013

Na praia as brincadeiras improvisam-se...

Em casa há um enorme saco de brinquedos de praia mas quando estamos de férias todos juntos, tios e sobrinhos o costume é levar apenas um, de preferência não muito pesado ou muito volumoso. Ou então escolher o que a praia nos pode fornecer para passarmos bons momentos de brincadeira.
Lembro-me sempre das horas a fazer buracos e construções de areia, primeiro sozinha, depois para a Rita, mais ou menos toscas mas sempre fruto de muitas horas de empenhamento. 
Este ano já brincámos, por sugestão do Vasco, às máquinas de gelados feitos de açúcar de areia e de farinha de areia e gelo de areia. Já inventámos histórias com pedrinhas, onde cada pedrinha é uma personagem. Mas o mais espectacular foi a ideia de construir uma "Festa do Avante" com pauzinhos a fazer de pessoas, as carrinhas de gelados são as pedras maiores e existe um palco com músicos e tudo. A foto não é muito elucidativa mas posso garantir que a "festa" ficou o máximo.
Ana Cristina

O Vasco e a pele castanha ...

- Algum de vocês já viu um bebé de cor castanha? - perguntou o Vasco, numa tarde, aparentemente sem motivo nenhum.
- Claro. E tu também já viste. Por exemplo a mana da R, a K é de cor castanha e ainda é pequenina...
- Ahhh, simmm... - responde o Vasco aparentemente elucidado sobre a questão
Passado um bom bocado.
- O tio Fernando nasceu castanho???
***
No meio do almoço, feijoada (feita com feijão preto) de choco.
- Olha o que estamos a comer. Feijões como o tio Fernando e choco como nós...
Ana Cristina

segunda-feira, setembro 23, 2013

As coisas mais simples que os filhos nos ensinam...

Iamos as duas pela rua e eu tentava explicar-lhe como não é bom interromper os outros quando estão a falar, principalmente para dizer e perguntar algo sem qualquer tipo de relação com a conversar. Que era uma coisa pouco respeitadora com as pessoas que falavam. Que uma coisa era participar na conversa e que outra diferente era interromper por si só. Algo deste género.
A certa altura dei por mim a dizer:
- Olha, por causa disso é que há um provérbio, que eu por acaso não gosto nada, mas que me está a ocorrer agora e que é «quando um burro fala, os outros baixam as orelhas»...
Por acaso senti-me verdadeiramente parva ao utilizar um provérbio que eu não gosto e que parece sempre insultuoso sem, ainda por cima, ser minimamente cómico... e ela:
- Oh mãe, isso não faz sentido nenhum... porque, se os outros burros baixarem as orelhas, também não ouvem o que o primeiro está a dizer...
E fez-se luz porque razão, de facto, o provérbio me pareceu sempre tão absurdamente... estúpido... e redutor da inteligência alheia...
Com a minha rapariga, nesse dia, terá sido certamente a última vez que o usei.
Rita

terça-feira, setembro 17, 2013

Mais uma história de filas de supermercado quando se está grávida

Parece-me que todas as grávidas terão histórias das filas do supermercado e dos assentos prioritários nos autocarros... eu não serei excepção...
 
Sexta-feira, Pingo Doce, hora de ponta, que é o mesmo que dizer perto da hora de almoço, quando vão os senhores velhinhos todos.
Eu na fila prioritária.
À minha frente, talvez cinco clientes. Três deles idosos. Mesmo à minha frente, a típica senhora resmungona, não idosa, não grávida, não deficiente, mas provavelmente com a característica cegueira selectiva de muita gente das filas prioritárias e ainda por cima com necessidade de resmungar sobre tudo e todos. Inclusivamente sobre o facto de estar numa fila «para reformados». Mecanismos de cegueira activados, mesmo quando eu encontrei uma conhecida com carrinho de bebé a quem respondi, alto e bom som, que estava grávida de uma miúda.
De repente, um homem novo, estrangeiro, com aspecto de romeno, dois items na mão, questiona a senhora imediatamente atrás de mim, se pode passar porque só tem duas coisas para pagar. Mediante resposta afirmativa, tornei-me completamente invisível, tendo o senhor ido fazer a mesmíssima pergunta à resmungona da frente. Menos compreensiva, diz-lhe que não, que era o que faltava, que ela só tinha uma coisa e estava na fila (correcto, mesmo que na fila prioritária). Não contente, continua na resmunguice, desta vez contra todos os estrangeiros, que pensam que chegam a Portugal blá blá blá e passam à frente nas filas...
A senhora da caixa repara que estou grávida. A resmungona está prestes a ser atendida e eu acho que não vale a pena fazer-me valer do meu direito, ressalvo que havia outras pessoas em situação de prioridade (não a resmungona, entenda-se). A resmungona repara que estou grávida (grande surpresa!) e que não pedi a ninguém para passar à frente, como o dito estrangeiro, blá blá blá, mais uma série de parvoíces xenófobas.
Tenho vontade de lhe dizer que não vejo a coisa assim e que não tenho nada contra quem vem para Portugal trabalhar e tentar a sua sorte, tal como não vejo mal nenhum português tentar o futuro num qualquer estrangeiro. Tenho vontade mas não digo, tenho mais vontade de me despachar e ir embora, estou cansada e muito trabalho me espera em casa.
A senhora atrás de mim vem interceder pelo senhor estrangeiro, perguntar-me se me importo. Olho diretamente para o senhor e explico-lhe que não estou de acordo, porque ele está numa fila prioritária, porque estou grávida, porque estou cansada de estar a pé, porque talvez ele devesse estar a pedir o mesmo favor em outra fila, faria mais sentido. A senhora atrás de mim continua a interceder pelo senhor e tenta dizer-lhe para passar à minha frente, que pode fazê-lo, que é só uma coisa. A senhora da caixa intercede por mim, que ninguém passa à frente de ninguém que não o autorize. A resmungona fica a resmungar contra todos os estrangeiros que vêm para Portugal, inconsciente do facto de, nos tempos que correm, são cada vez menos os de fora que procuram oportunidades cá dentro e cada vez mais os de dentro que correm lá para fora, o que significará alguma coisa.
Pago e venho-me embora, cansada e irritada contra tudo e todos, as resmungonas que resmungam contra todos os outros, mas que se sentem no direito de usufruir direitos que não são seus, os ceguetas que nunca vêm uma grávida na fila prioritária, os que pedem a prioritários para lhes passar à frente porque só têm um item para pagar, os que pensam que, independentemente do que se disse, podem ignorar e passar à frente na mesma... raios...
Rita

terça-feira, setembro 10, 2013

Fórmula de hoje

Rescaldo da Festa do Avante + tarde de trabalho um niquito mais puxada + reuniões escolares dos filhos + filhos a demorarem a deitar-te nos últimos dias + previsão de um acordar mais cedo para toda a gente cá em casa amanhã + previsão do início do ano escolar + previsão do trabalho da festa de aniversário da Alice nos próximos dias

=
De rastos

Rita

terça-feira, setembro 03, 2013

Noções de economia do Vasco, de 04 anos

Enquanto viamos uma reportagem na televisão, há uns dias:
- Mãe, depois vamos para aquela piscina.
- Aquilo não é uma piscina, é um cruzeiro. Um barco grande, tão grande que até tem piscinas lá dentro. E depois as pessoas compram uma viagem e vão passear naquele branco enorme e podem fazer aquilo, ir à piscina, fazer ginástica...
- Depois vamos para ali, para aquele piscina.
- Oh! É muito caro, custa muito dinheiro. Quem compra?
- Eu compro...!
- Sim? E com que dinheiro?
Pequeno momento de silêncio, e logo a seguir:
- Tu dás-me o dinheiro e eu compro.
Rita

segunda-feira, setembro 02, 2013

As decisões dos filhos

Este post também se podia chamar: "Caneco-como-custa-por-vezes-respeitar-as-decisões-dos filhos..."
 
Tinhamos decidido que este ano voltavam à natação. Mesmo que só uma vez por semana, para mim é essencial que aprendam a nadar, a desenrascar-se dentro e à tona da água.
Havia depois as outras actividades. Sem aula de ginástica para a sua idade e depois de ir ver uns minutos de karaté da aula de um amigo, o Vasco falava incessantamente da arte marcial. O que, claro, tem tudo a ver com ele e com as suas paixões heróicas dos últimos tempos...
 
Com a Alice a coisa era mais difícil. Anda na ginástica rítimica há dois anos. Os treinos são intensos, duas horas, três vezes por semana, a levar a flexibilidade até um novo patamar. A mim encanta-me vê-la, é tão elástica e tem tanto jeito... Mas confesso que até nós percebemos que o ginásio não tem conseguido motivar a prática, as miúdas treinam um ano inteiro no duro para exibirem um esquema de minutos num sarau do final do ano. É desmotivante e fez-me encarar a perspectiva da competição de uma forma que nunca tinha pensado, como algo muito mais estimulante do treino. Isso ou a representação. Mas vejamos, até eu, nos meus tempos áureos de miúda nos arrabaldes de Lisboa, fiz muito mais exibições de patinagem artítisca do que ela de ginástica rítmica.. e ela pratica-a com muito mais seriedade...!
Como também ela tinha referido o karaté, demos-lhe a escolha. E ela, com toda a naturalidade, prescindiu da ginástica e seguiu por outro caminho.
 
Confesso que fiquei triste. Não lhe vejo grande tendência para o karaté, mas por outro lado, na ginástica a miúda é um espectáculo. Só não brilha ainda... e talvez eu tivesse a esperança que viesse a fazê-lo, a erradiar aquele brilho de que tem a sorte de, na vida, encontrar coisas em que conjugue o talento com a paixão. Mas claro, ela tem direito a encontrar as suas paixões... ou a escolher outra coisa qualquer, mesmo que não a apaixone... Eu só tenho que respeitar e apoiar, eu sei...
Mas convenhamos, que às vezes custa, custa.
 
Rita

domingo, setembro 01, 2013

Por falar em interpretações...

Portanto, a fazer fé no telejornal de hoje, o Senhor Primeiro Ministro acha que os Juízes do Tribunal Constitucional têm um problema de interpretação da Constituição... os senhores Juízes que não fazem outra coisa que não seja estudar, debater e interpretar a Constituição Portuguesa, são esses, né...? São os mesmos que votam em maioria contra as propostas do Senhor Primeiro Ministro, certo...?
Mas isto deve ser só a minha interpretaçãozita...
Rita