quarta-feira, outubro 22, 2008

De como os miúdos são surpreendentes...

Entre os finais da Primavera e o início do Verão deste ano, a Alice começou a ter medos à noite.
Não tenho bem presente se pediu primeiro que não lhe fechássemos a porta do quarto ou se não apagássemos a luz. À primeira solicitação não custou a atender, mas a segunda foi sendo aperfeiçoada com o tempo e, por isso, fazendo com que nos custasse mais a cumprir. Ela convenceu-se inicialmente que chegava a luz que vinha das bandeiras de vidro das portas e janela da sala até ao quarto. Mas depois das férias com os avós, tivemos de começar a deixar a luz do quarto acesa, no nível mínimo, mas em todo o caso, acesa. Comprámos uma luzinha de presença no Ikea, mas se bem que ela brincasse tranquilamente com ela durante o dia, receava o boneco aceso durante a noite no quarto...
Como talvez as férias lhe tenham alguma inconstância ao sono, as noites foram-se tornando mais complicadas. Levantava-se várias vezes quando a deitávamos e vinha ter connosco à sala. Queria água, queria fazer xixi. Acordava em diversas ocasiões durante a noite e, com a luz acesa depois, era muitas vezes eu que não conseguia dormir a seguir...
Não se enganem, não era insuportável. Vivíamos mais cansados, mas vivíamos, até com a confiança que o padrão de sono iria serenar e tornar-se tranquilo como sempre havia sido. A Alice sempre dormiu magnificamente bem.
Lemos e pesquisámos e modificámos algumas coisas em nós. Deixámos de lhe dar o leitinho à noite quando ela acordava e pedia, garantindo que ela iria ser, como sempre tinha sido, capaz de adormecer sozinha, sem leite, sem a mão, sem a nossa presença. E foi. Para evitar tantas saídas da cama antes de adormecer, conversámos com ela e dissemos-lhe que estávamos ali, que a ouviriamos, mas que ela precisava de dormir e tínhamos de ser nós a garantir que o fizesse. Nem que fosse preciso apagar a luz ou fechar a porta para que percebesse que não podia continuar a jogar connosco. Escusado será dizer que nunca o fizemos, nem sei bem se seríamos capazes... não lhe fecharia a porta nunca, mas de facto o quarto continuava com luz, mesmo que apagássemos a do tecto. Usámos esse facto para ir tentando novamente diminuir a quantidade de luz.
E, surpreendemente, durante a passada semana, quando estava doente, começámos a ouvir outra vez: «mãe, pai, desapaga a luz.» - o que em alicês significa o acto contrário de acender. E pronto. Desde aí, Alice na cama sem se levantar, sono quase sempre até à hora do despertador, porta aberta, nada de leites, luz apagada, só a que vem da sala por entre bandeiras de portas e janelas.
Rita

2 comentários:

Anónimo disse...

Lá em casa quando dou por mim ela já está metida na minha cama! Não devia deixar, mas com o sono até me ajeito para ela se deitar connosco!

Agora já não acontece tanto (graças à escola), mas por exemplo, ela ADORA adormecer na minha cama! E nós deixamos, depois é só pegar nela e deita-la na cama dela! Tem ficado até de manhã!

Unknown disse...

Sónia,
O relato que aqui faço não é nada comparativamente com os pequenos "dramas" de outros pais e filhos... mas tendo em conta que a Alice dorme no quarto dela desde os 03 meses, a noite toda, e tendo sempre sido deitada e ficado na sua caminha a adormecer sozinha, ainda sofremos por não saber a melhor forma de agir... em relação a dormir connosco, conta-se pelos dedos das mãos as vezes em que isso aconteceu, eheheheh... como as experiências são diferentes, não é...?
Beijinhos,
Rita