quarta-feira, novembro 28, 2007

Em casa, com ela doente

Os períodos mais longos (três dias, uma semana) com a Alice em casa, doente, têm variado com o tempo, à medida que ela cresce.
Já não é mais a bebé que dorme a grande maioria do dia na sua caminha e quartinho. Agora, os nossos dias juntas, com ela doente, são feitos de muita coisa. Alguma brincadeira, alguma leitura, alguns jogos - entretenimentos que duram pouco tempo cada um e sucedem-se a uma velocidade difícil de satisfazer. Remédios tomados à colher. Muito tempo deitada no sofá, ou aninhada no meu colo, comigo sentada no sofá. Muito mimo, mãos entrelaçadas, beijinhos, festinhas, dependência, interdependência. Provavelmente algum cansaço uma da outra no final de um dia.
No entanto, estes períodos continuam a deixar a mesma marca, daquelas indeléveis e intimamente dolorosas. No dia em que tenho de sair da nossa reclusão e deixá-la, na melhor das hipóteses na escola, na pior delas, em casa com o pai ou com os avós, vou trabalhar de coração domiciliado, com nó na garganta e ruga na testa, uma imensa saudade, uma imensurável falta, um sentimento quase orgânico. É já amanhã, eu vou, ela ainda fica.
Rita

terça-feira, novembro 27, 2007

Verde...

Sabem aqueles momentos que ficamos a saber algo que se passa à distância, mas não tão distante assim, que nos faz ficar verde de raiva e saber que arriscamos azedar todo um serão...?! Grrrrrr!!!!!!!!!
Rita

segunda-feira, novembro 26, 2007

Frio

Por cá, o tempo do frio chegou mesmo...
E sabemo-lo porque:
- começa a apetecer a camisola interior a tapar o final das costas;
- entrámos na casa dos meus pais e achámo-la mais gelada do que a rua;
- durante o tempo que estivemos na casa dos meus pais pensámos mais do que uma vez como é que tínhamos conseguido ali sobreviver durante tantos anos;
- quando saímos da casa dos meus pais, concluímos pela sabe-se lá quanta vez, que era a casa mais fria que conhecíamos;
- já tive necessidade de, em momentos mais calmos cá por casa, vestir um robe por cima do polar que tinha por cima da t-shirt;
... e, principal e infelizmente, porque a Alice já está novamente doente, cheia de tosse e com febre, em casa.
Rita

sábado, novembro 24, 2007

Sugestão

Ouvimos falar pela primeira vez na "Kid to Kid" há uns meses, mas a verdade é que ainda não tínhamos tido oportunidade de a conhecer ao vivo. Hoje lá fomos e voltámos com as mãos cheias de coisas e a cabeça com a certeza absoluta de ser um projecto útil e que se recomenda.
A "Kid to Kid" é um loja com alguns (poucos...) pontos de venda em Portugal, que vende artigos para criança em segunda mão. Os artigos estão em boas condições e os preços são bastante (bastante mesmo!*) módicos. Encontra-se todo o tipo de marcas e todo o tipo de produtos: roupa, sapatos, carrinhos para bebé, brinquedos, cadeiras auto, banheiras, roupa de grávida... até uma bicicleta cor de rosa da Barbie que a Alice fez questão de que caísse para cima de si quando, à sucapa, a tentava montar...
Claro que, assim como vende, compra a quem tiver em excesso nas suas casas e não saiba o que fazer com o tanto que as crianças parecem exigir, principalmente nos primeiros anos de vida.

Numa altura em que o nosso Presidente começa a interrogar-se sobre a baixa de natalidade no país, e acreditando que as cabeças pensantes que nos regem demorarão algum tempo a permitir-se debruçar-se sobre as questões que isso levanta (será porque não se tem suficientes apoios para investir na paternidade? será que é porque se recebe menos de IRS quando se é um casal? será que é porque os preços só aumentam quando os salários parecem estar numa constante diminuição? será que é porque não há creches do Estado? enfim, será tudo isto e ainda mais?? Ná...), este blog surge assim na vanguarda de quem precisa... porque afinal somos todos nós... e deixa aqui uma sugestão útil para as poupanças de cada um (e para o Natal que se aproxima, porque não?)...
Rita
*por módicos significa que paguei bem menos do que 10 euros por cada peça de roupa que trouxe, inclusivamente vestidos da marca Clayeux e calças jardineiras

sexta-feira, novembro 23, 2007

...

Numa quase repetição deste post, constato que tenho andado pouco interventiva neste espaço. A inspiração para a escrita tem-se esgotado nos trabalhos escritos, e com as pesquisas para a tese. O desânimo para deixar aqui umas palavras vai-se com as desilusões com o projecto. Se a tese é como um filho, até para este está difícil engravidar.

E mais uma vez prometo fazer um esforço para voltar com maior dedicação, apesar das limitações. Espero em breve poder lançar um desafio.
Ana Cristina

quinta-feira, novembro 22, 2007

O que é tradicional é bom...


O bilboque ou lá como raio se chama, foi trazido de uma FIA. O equilibrista foi oferecido à Alice pelo meu pai, não faço ideia de onde vem. O carrinho foi uma aquisição da minha mãe nesta última Festa do Avante.
Lembro-me do Miguel dizer que a mãe dele gostava de dar brinquedos tradicionais, de madeira e toscos, como prenda de aniversário. Lembro-me até dele ter a ideia que os miúdos até preferiam, dada a invulgaridade.
A mim, continuam a fascinar-me. Talvez um miúdo ache mais giro ter um carrinho para os seus bonecos feito de plástico e semelhante ao seu... eu gosto que a Alice tenha este e a verdade é que tem tido grande sucesso na miudagem que vem cá a casa.
Quanto ao equilibrista, ou ginasta, ou como quer que lhe queiramos chamar, não tenho qualquer dúvida sobre como a irá divertir, porque eu mesma me recordo de ficar imenso tempo diante de um parecido. E sei que o bilboque também não nos irá desiludir, é um entretenimento para todas as idades (incluindo a nossa, a dela e todas as intermédias... pelo menos).
Acho que, mesmo que não tivesse filhos, iria ter alguns destes brinquedos, os tradicionais, de madeira e um pouco toscos, que um pouco por todo o lado ainda se encontram nas feiras portuguesas... são lindos... talvez não aprovados pela União Europeia ou pela ASAE, mas lindos...
Rita

segunda-feira, novembro 19, 2007

domingo, novembro 18, 2007

Barro

Há umas semanas fomos fazer um atelier de barro.
Encontrei o Espaço Azul na Agenda Cultural de Lisboa, quando pesquisava por actividades para a levar a fazer. O barro pareceu-me interessante e lá rumámos à baixa lisboeta num dos últimos Domingos.
A Alice era a mais nova de todos os meninos presentes e aprendemos que a experiência com ela é isso mesmo, uma experiência. Aos dois anos, uma miúda não vai fazer nada com os pedaços de barro que lhe entreguemos, só mexer, apalpar, calcar, esticar, dividir. E mesmo assim, é muito engraçada a observação do contacto que faz com o material, a forma como se surpreende, como começa a tocar com um dedo e sai de lá com as duas mãos todas sujas.
Saímos satisfeitos por descobrir coisas importantes. Que, para não causar resistências futuras, não se insiste com uma criança quando esta se cansa de um material, mesmo que só o esteja a experimentar há quinze minutos. Que existe beleza no toque de uma coisa diferente, mesmo que não seja com o objectivo de dali criar algo - é algo que esquecemos e tornamos a lembrar com os miúdos. Que o pai tem muito mais jeito do que alarda e que das suas mãos saem coisas muito giras. Atelier de barro, aprendizagem em família.
Rita

sexta-feira, novembro 16, 2007

Um não post

Como não tenho comentários hoje não faço nenhum post. Não me apetece.
Ana Cristina

quarta-feira, novembro 14, 2007

Depois das pinturas

Os livros aguardam, num local que não serve habitualmente de estante, um armário novo. A estante anterior serviu para subir umas prateleiras às outras, porque o numero de livros continua a crescer e à contagem anterior já se acrescentou mais uma mão cheia.

A escolha do armário/estante torna-se urgente. É que, cá em casa cozinha-se pouco, mas não tarda a cheirarem a refogado...

Ana Cristina

terça-feira, novembro 13, 2007

Já há muito tempo que começámos o dito treino para deixar as fraldas... Mesmo sem stressar muito com o assunto, achei que fosse ser mais fácil... quer dizer, achei que as coisas acontecessem todas naturalmente e nos últimos tempos tenho pensado que devia, sem emprestar muitas expectativas ao procedimento, empenhar-me mais...
Balanços do "até agora" que me venham assim à cabeça de repente: já tivemos (pais e filha) direito a uns xixis pelo chão; estamos apaixonadas (mãe e filha) pelas cuecas minúsculas e gostamos (filha) de as usar sempre, mesmo que por cima da roupa ou na cabeça; pomos (mãe e filha) várias vezes por dia os bonecos no bacio minúsculo que herdámos (filha, da mãe e da tia); já nos ouvimos dizer (pai e mãe) que comprávamos aqueles três pacotes de fraldas e que não devíamos comprar mais (os pacotes cujo resto está lá dentro no armário, quase no fim)...
Das histórias várias para contar, a melhor foi a de ontem, quando a Alice se lembrou de se querer sentar cinco (!) vezes seguidas (!) no redutor da sanita para fazer cocó... e fê-lo, de todas as ditas cinco vezes!!!!!! (satisfeitíssima a sair para o chão, depois de limpinha, para olhar a sua obra e a seguir dizer: quelo mais...)
Rita

domingo, novembro 11, 2007

Rotinas

Cá em casa os fins de semana são dias de organizar máquinas de roupa. O processo implica toda a multiplicidade de variados jogos que imaginar se possa desde que envolvam o cesto da roupa suja, os alguidares e peças de vestuário espalhadas por todo o lado...
Rita

sábado, novembro 10, 2007

Desencontros... e encontros

Então não é que hoje, passadas três semanas desde o momento em que a utilizámos pela última vez e duas desde a altura em que a pensámos perdida (demorámos um tempo a perceber porque julgávamo-la numa outra casa), reencontrámos a nossa máquina fotográfica?! No fundo, bem no fundinho da mochila anexa à Alice, onde sempre pensámos que a tínhamos guardado, lá estava ela, à espera de uma mão mais expedita que ali a procurasse, ali precisamente naquele fundo... Será que o "anjinho das coisas perdidas" cá de casa andou a tirar fotografias com ela...?!
Rita

quinta-feira, novembro 08, 2007

A minha ou nossa caixa, ainda não percebi...


Gosto de caixas - de todas, até das de cartão - por aquilo que representam, porque lá dentro se pode guardar tudo, todos os segredos, todos os mistérios...
Gosto de caixas de lata pelo toque que têm, o barulho típico que fazem, porque me trazem à lembrança bolachas e o antigamente...
Gosto destas porque são todas absolutamente maravilhosas, em todos os seus ângulos e linhas rectas e cores e desenhos, todas absoluta e completamente perfeitas (*)...
Gosto especialmente desta porque é a da Alice, da "minha Alice", da Alice que é muito minha. Sem lhe pedir autorização peguei-lhe, sem me pedir autorização ela colou-se-me às mãos... e tive de a trazer.
Rita
(*) e caras, mas isso nem sempre pode contar...

quarta-feira, novembro 07, 2007

Pinturas

No outro dia convidaram-nos a subir as escadas e a experimentar pintar com os dedos.
Tirando as experiências da escola, este foi o primeiro feito desse tipo da Alice na vida doméstica. A mim ajudou-me a desmistificar a grande sujidade que eu pensava que iria ficar, a preparação prévia que teria de fazer de determinado espaço, os cuidados que me exigiriam todos os móveis e objectos. Tendemos demasiadas vezes a pensar no trabalho que vamos ter e não no prazer que retiraremos e faremos retirar de determinada actividade. Por essa razão, é prática que teremos de repetir e, porque não, partilhar... para não deixar a primeira pintura abandonada sozinha nos azulejos da cozinha.
Muito obrigada Joana. Muito obrigado R.
Rita

segunda-feira, novembro 05, 2007

Experiências na cozinha


Porque há uns tempos atrás ouvi alguém dizer que desde muito cedo levava a filha para a cozinha, resolvi experimentar.


Receita de Bolo de Chocolate
- vestir a filha com roupa prática
- pelo sim pelo não, pôr também o avental magnífico dado pela tia Pocahontas (onde andas que nunca mais apareceste por aqui?!)
- sentá-la na bancada
- deixá-la mexer os diversos ingredientes
- deixá-la mexer nos diversos ingredientes
- preparar-se para as descontrações, desconcentrações, descordenações e os pingos de chocolate no tapete, parede, sua roupa, bancada
- quando a vir preparada para fazer asneiras ou mesmo a começar a fazê-las, dar-lhe a ideia de lamber a colher
- não se preocupe, ela não vai querer fazer mais nada
Misture tudo e saboreie o momento. É delicioso. O melhor bolo de chocolate do mundo.
Rita

domingo, novembro 04, 2007

O Balão




Faz hoje quinze dias que levámos os pais a gozar a prenda dos aniversários. Fomos só nós, as filhas, porque um dos genros estava a trabalhar e o outro ficou com a neta... doía-nos ter de acordá-la de madrugada...
O balão parte de Coruche e nunca se sabe exactamente onde vai parar. É uma coisa imensa, linda, que se ergue do chão de forma muito suave e de forma suave vai subindo e voando... Cá em baixo vimo-lo a crescer como um grande chapitô alongado e depois a diminuir com a distância enquanto acenávamos aos balonenantes. Pegámos então nas nossas coisas e fomos tomar o segundo pequeno-almoço a uma pastelaria espectacular na vila. Cerca de uma hora e meia depois os sortudos telefonavam-nos, maravilhados.
Acho que a experiência de ver o balão a ser desenrolado, lentamente crescer e começar a pairar foi quase tão intensa como subir para o cesto e andar nele. Eu, de pés húmidos de andar de crocs na relva orvalhada de Novembro, fiquei literalmente nas nuvens, cheia de Willie Fog na cabeça. E para transmitir a sensação o melhor possível, fiz uma bela reportagem fotográfica dos vários momentos... melhor dia, só se não tivéssemos depois perdido a máquina no restaurante...
Rita

sexta-feira, novembro 02, 2007

Lata reciclada

Para um rapaz que, a ver pela decoração do seu quarto, demonstra ser um fã deste filme de animação. Feita especialmente para o nosso afilhado.
Experiência em decoupage e pintura.

Ana Cristina

quinta-feira, novembro 01, 2007

Noutros tempos

... hoje seria dia de descanso depois da festa de ontem à noite. Teríamos juntado uns amigos, decorado a casa com pratos de bruxas, feito petiscos acompanhados de aranhas e espalhado os fantasmas pela sala. E tínhamos tido mascaras de bruxas, mortas-vivas, fantasmas, terroristas e almofadas assassinas (que pena não ter um scanner para poder mostrar essas fotos).
Estes últimos anos os acessórios ficaram mais uma vez guardados nos caixotes. Aguardam por novos tempos, onde as crianças também entrem nas brincadeiras.
Ana Cristina